segunda-feira, janeiro 26, 2009

Oficinas de Criação Teatral

Olá, pessoal!

Com esta virada de ano, resolvi dar uma virada também na vida.

Resolvi abrir espaço no meu mundo para desenvolver projetos próprios, tanto nos palcos quanto na vida. Projetos que andavam engavetados por exclusiva falta de tempo, pelo trabalho de dedicação exclusiva aos projetos e montagens teatrais do CPT (Centro de Pesquisa Teatral do Sesc), dirigido por Antunes Filho, nos últimos cinco anos.

Nesse sentido, estou retomando, agora como atividade principal, o projeto de formação e aprimoramento do trabalho do ator e da criação artística em cenas teatrais curtas. É um trabalho pelo qual sou apaixonado, um trabalho em nada comercial, totalmente voltado para a criação artística, em cenas curtas, especialmente em um gênero teatral que costumamos chamar de “poesia cênica”.

Este projeto é um trabalho essencialmente formativo, para o ator interessado em ampliar seu universo técnico e criativo. Os saltos de qualidade, por que passam os atores neste processo, são claramente percebidos por todo o grupo participante das oficinas.

Se este processo criativo não for do seu interesse, presenteie seu melhor amigo, apaixonado por teatro ou pelo mundo da arte, com este contato. Tenha a certeza de que ele vai te agradecer muito daqui a alguns anos. Este email está circulando entre poucas, e boas!, mãos.

Para mais informações, manda uma email para ou me dá uma ligada.


Abraço forte,

Le Paixão.

(11) (9)5244-1352.


Oficinas de Criação Teatral

Voltadas para o trabalho do ator.
Curso de desenvolvimento do trabalho criativo do ator.

  • Quatro horas semanais
  • Não é necessário experiência anterior

O programa do curso inclui:
  • Aulas teórico-práticas de corpo, voz, interpretação e dramaturgia
  • Aulas teóricas de filosofia e sociologia aplicadas ao trabalho do ator
  • Montagem e análise de cenas criadas pelos oficinandos

Alguns dos temas abordados no curso são:

O ator poeta – o processo de criação do ator
O que é poesia
O ato criativo
Intuição e trabalho
O novo e a novidade

O ator e sua formação técnica
O papel do corpo e da voz em cena
Técnica e preparação corporal e vocal
O eixo-base de composição
Figura-fundo

O ator em cena
O jogo e a improvisação
O papel da razão e o papel da loucura
A construção da personagem
O eixo dramatúrgico
Os gêneros

O ator, seu pensamento e sua formação cultural
A Filosofia da Diferença (Nietzsche, Deleuze, Foucault, Schopenhauer)
O dramático e o pós-drámatico – o teatro na “Sociedade do Espetáculo” (Lehman, Debord, Bauman)
Dialética e Crítica da Dialética (Bergson, Nietzsche, Derrida)
Dialogismo, intertextualidade e polifonia (Bakhtin)
A crítica ontem e hoje (Eric Bentley, Décio de Almeida Prado e os críticos de hoje)
Educação do gosto
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Le Paixão


Ator no espetáculo Senhora dos Afogados (2008)
Grupo Macunaíma/CPT Sesc. De Nelson Rodrigues. Adaptação e direção de Antunes Filho. Espetáculo apontado pela crítica como um dos mais concorridos do ano, pelo público.

Ator no espetáculo A Pedra do Reino (2006 e 2007)
Grupo Macunaíma/CPT Sesc. Adaptação e teatralização de Antunes Filho, a partir da obra de Ariano Sussuna. Recebeu os Prêmios Bravo e APCA de Melhor Espetáculo (2006). Indicação ao Prêmio Shell por Melhor Direção, Melhor Ator e Melhor Figurino. “A Pedra do Reino” estreou em julho de 2006, em São Paulo, e já percorreu as cidades de Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre. Entrará novamente em cartaz em São Paulo, de novembro de 2007 a março de 2008, em sua terceira temporada na cidade.

Ator nos ensaios do espetáculo Antígona (2005)
Participação, como ator regra três, nos ensaios de “Antígona”, de Sófocles, com adaptação e direção de Antunes Filho. Trabalhos centrados em interpretação (corpo e voz), 300 horas, 2004, São Paulo / SP.

Ator nos ensaios do espetáculo A Falecida Vapt-Vupt (2009)
Ator nos ensaios de “A Falecida Vapt-Vupt”, de Nelson Rodrigues, com adaptação e direção de Antunes Filho. 2008, São Paulo / SP.

Ator nos ensaios do espetáculo Policarpo Quaresma (2010)
Ator nos ensaios de “Policarpo Quaresma”, romance de Lima Barreto, adaptado e dirigido por Antunes Filho. 2008, São Paulo / SP.


Curso Método de Formação de Ator (2004)
Do CPT/Sesc Consolação, ministrado por Juliana Galdino, Arieta Correa, Emerson Danesi e coordenado por Antunes Filho, com duração de 240 horas, 2004, São Paulo/SP.


quarta-feira, agosto 20, 2008

Sobre boas intenções


"Que bom! Que deu esse retorno. Na verdade
é que não tenho computador em casa, então
fica dificil escrever e analisar. Mas 
valeu. Não pretendo ser escritor não, 
gosto de fazer impressões mesmo. ps: 
não gostei dessa frase "de boas intenções
o inferno está cheio", não entendi." 
(Resposta do autor de uma resenha crítica sobre meus comentários
a ela)


De forma alguma eu esperava que você fosse gostar do
que diz essa frase. Aprendi muito quando passei a dar
atenção ao que ela ensina. Foi por essa razão que incluí
esse comentário. Porque percebi tua boa intenção.
Mas só boa intenção não basta para se fazer algo
significativo. É como o chavão nas críticas de teatro,
cinema, esportes, ou dos "amigos", etc, que vemos por
aí: "Ah... ele não conseguiu, mas, pelo menos, se
esforçou". Esse comodismo no esforço leva muitos a
contentar-se com a facilidade do reconhecimento pelo
esforço em si, já que sabemos, de antemão, que ele
será, inevitavelmente, enaltecido e recompensado.
Acabamos nos esquecendo da grandeza da obra e nos
contentamos em ser reconhecidos pela "grandeza da
tentativa" do AUTOR! Não da obra. É um egoísmo feio.
Um orgulho e uma vaidade que se impõe acima do que
está sendo feito ou criado. Não serve se o que
queremos é realmente criar grandes obras. Serve para
ser "reconhecido", para receber elogios e prêmios e
reconhecimento e fama e dinheiro etc. Não serve para
a arte, para a crítica, para o pensamento. Pense muito
bem nisso.



quarta-feira, abril 30, 2008

Decifra-me ou te devoro

De todas as críticas publicadas sobre o espetáculo Senhora dos Afogados a que mais me faz pensar sobre a encenação, a que descobriu vielas escondidas nas sombras do palco, desvendou becos não mapeados no universo das cenas, passagens do inconsciente, a que pensou com maior independência e originalidade o que está no palco do Teatro Anchieta foi a escrita por Mariângela Alves de Lima, no jornal O Estado de S. Paulo. Está reproduzida entre outras críticas compiladas na comunidade "O teatro vivo de Antunes Filho", no Orkut. Talvez ela tenha indicado o caminho para se chegar a uma compreensão racional mínima do que há de original nesta montagem. É a poesia rodrigueana o eixo de força desta montagem. Seria preciso uma teoria teatral à altura da nossa melhor teoria literária para que se pudesse analisar com o devido cuidado esta obra de Antunes Filho. Não creio que a tenhamos ainda.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Teatro é respiração...!

Respiração... Teatro é respiração. É o assunto de nossas conversas com o Antunes. Não é a palavra que fala, é a respiração que fala. A palavra é conseqüência. A palavra relata sempre o que já é passado. O pé respira. O joelho respira. Os quadris respiram. O lombo respira. Os cotovelos respiram. O corpo como um saco de bolinhas de pingue-pongue em movimento. Ecos de movimento. Movimento em onda. Desigual e combinado. Dessa respiração do corpo saem todos os movimentos musculares da expressão corporal e vocal. A respiração é a própria emoção. A sensação das sensações me dá o afastamento necessário. O fio de prata une minha alma ao meu corpo. Minha alma observa meu corpo. Do alto de seu afastamento, manipula-o sem agressão à cinética natural das forças gravitacionais físicas e psíquicas. Teatro é respiração. Palavras e idéias de Antunes Filho, sob a minha ótica... "respiratória".